Tem coisas que devo viver agradecendo sempre.
Uma delas foi a de ter tido o prazer de conhecer Paulo Moura.
Adolescente, assistia shows do grande mestre do sopro em shows ao ar livre em São Paulo.
Sabendo que o show era na rua, lá ia. Duro que só...
Mais recente no Rio de Janeiro, graças ao grande percussionista Laudir de Oliveira, pude conhecer meu ídolo pessoalmente.
E foram várias as vezes em que presenciei os shows do grande Paulo Moura, a maioria em bares e até contratado pela empresa em que trabalho.
Em 2008, por ocasião dos 50 anos da bossa nova, entrevistei-o juntamente com Laudir, para a Revista Brasileiros.
Foi um papo muito gostoso.
Paulo conversava com uma voz suave, macia, como quem poupava os grandes sopros para o seu clarinete.
O Rio de Janeiro está triste. Paulo Moura nasceu em São José do Rio Preto, mas foi na cidade maravilhosa que mais morou.
E o som do clarinete do grande mestre, que sai e sairá para o mundo, sempre será soprado pela brisa do Rio de Janeiro.
Aqui umas aspas irreverentes do grande Paulo Moura, para a Revista Brasileiros:
"Às vezes parece que é pretensão. Mas tocar música brasileira é difícil. Tenho de ficar atento para não sair da rítmica. Improvisar é ter o maior número possível de conhecimento. Nos anos 1980 parei de tocar jazz e comecei a tocar MPB. Diziam que eu tinha esquecido, que só sabia jazz. Hoje só toco MPB, daqui a pouco vão falar que não sei tocar jazz."
Abaixo a íntegra da entrevista.
Veja a última vez em que Paulo Moura tocou:
Um comentário:
Músicos que tocam bem, nós até que temos muitos, mas, com a tranquilidade e elegância do mestre, vai demorar para surgir outro.
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